São 15 anos de estrada. Ou melhor, de rocha. Pedro Nicoloso, 27, começou a escalar com 12 anos por influência do pai e hoje é o atual campeão brasileiro de Boulder, já tendo disputado diversos campeonatos nacionais, internacionais e copas do mundo. Já escalou nos EUA, Argentina, Canadá, França, Alemanha, Itália e Holanda. Na noite desta quarta-feira (25) dedicou um pouco de seu tempo para conversar com os escaladores, iniciantes e experientes, da Associação Gaúcha de Montanhismo (AGM), onde é associado e faz seus treinos em Porto Alegre (RS).
O bate papo informal permitiu que Nicoloso contasse um pouco sobre sua experiência em escalada e sobre os campeonatos internacionais que disputou. “Participar de competições internacionais é uma forma de trazermos experiência de fora para dentro do país, compartilhando conhecimento e experiências que podem ajudar quem está aqui a evoluir”, disse Nicoloso. Ele ainda falou que uma das dificuldades encontradas em provas internacionais são as agarras utilizadas, diferentes das que temos aqui no Brasil.
Nicoloso também contou que além dos treinos indoor, que variam de 4 a 5 horas por dia e são fundamentais para qualquer escalador, ainda faz treinos de flexibilidade (alongamento), ginástica, corridas e bicicleta. Mas para te sucesso, não basta treinar o corpo, é preciso também treinar a mente, por isso busca conhecimento em livros, muitos deles importados, vídeos e conversas com profissionais da área.
Outra dica para quem está começando é escalar muito, pois é a melhor maneira de aprender. Ele aconselha que se treine muita técnica e diferentes tipos de exercícios para aumentar o repertório de movimentos e, consequentemente, ajudar a superar de maneira mais fácil os desafios que a escalada oferece.
Por falar em desafios, ele ainda contou o que considera ter sido seu maior desafio: a via Mistérios do Inconsciente na Pedra da Abelha, em Caçapava do Sul (RS). Foram mais de três anos de tentativas e dois meses de treino voltado às características da via antes de conseguir completá-la sem quedas, se tornando o primeiro escalador a realizar sua ascensão. O grau de dificuldade sugerido por Pedro para a via é 11b, uma das mais difíceis do Brasil. Para manter a motivação, ele é muito claro: encarar o esporte como diversão.