A Associação Gaúcha de Montanhismo – AGM, fundada em 2000, é uma organização sem fins lucrativos que tem por objetivo congregar os praticantes e simpatizantes do montanhismo, bem como organizar e difundir a prática segura do esporte no Rio Grande do Sul, Estado do sul do Brasil com mais de 11 milhões de habitantes. Dentre as atividades que desenvolve, a AGM incentiva a abertura de novas vias de escalada, assim como a manutenção de locais e vias já existentes.
A AGM é uma Associação que descende diretamente do Clube Gaúcho de Montanhismo (CGM), tradicional entidade desenvolvedora do montanhismo gaúcho, e onde o Sr. Edgar Kittelmann foi presidente vitalício. Muitos dos atuais membros e fundadores da AGM iniciaram suas atividades como escaladores e montanhistas nesse clube de montanhismo, fundado em 10 de maio de 1976, seguindo os valores éticos e culturais de montanha difundidos pelo próprio Sr. Edgar Kittelmann e Sr. Luis Gonzaga Cony, patronos do montanhismo gaúcho. Tais membros foram responsáveis pela abertura de mais de 300 vias de escalada, muitas das quais acompanhadas pelo Sr. Edgar Kittelmann, ainda em vida, reforçando a adequação dos procedimentos realizados nas conquistas e, em seguida, na manutenção de vias. Atualmente, a AGM é a maior associação de montanhismo no Estado do Rio Grande do Sul, tendo mais de 600 pessoas já transitado pelo seu quadro associativo desde sua fundação.
Nos últimos dias, através das redes sociais, a AGM e alguns integrantes do quadro de associados, têm sido injustamente acusados de condutas supostamente inapropriadas de manutenção de vias, ferindo a cultura e ética do montanhismo. As acusações foram realizadas por um ex-escalador gaúcho, que há praticamente três décadas não vive no Brasil e, portanto, não acompanha pessoalmente as atividades da AGM e a realidade do montanhismo gaúcho. Tais acusações referem-se a uma manutenção realizada pela AGM no início deste ano, na via denominada Tcheco-Alemã, no Morro do Itacolomi (Gravataí/RS), onde o referido ex-escalador acusa a Associação de ter realizado a manutenção da via sem autorização de nenhum dos conquistadores. Além disso, o mesmo também acusa que a via foi descaracterizada. Tais acusações não procedem, uma vez que a AGM agiu de forma adequada, com a autorização de um dos conquistadores e preservou as características originais da via.
A AGM respeita o posicionamento particular desse ex-escalador, porém não concorda que o mesmo faça alegações, acusações graves e sem fundamentos, prejudicando um trabalho sério desenvolvido em prol da segurança e em benefício de toda comunidade escaladora do sul do Brasil.
De forma clara e transparente, a AGM segue padrões e procedimentos para manutenção de vias como, por exemplo, solicitar formalmente a permissão dos conquistadores para realizar as manutenções. Além disso, divulga, registra e apresenta o resultado dessas manutenções à comunidade. A AGM esclarece que faz questão de preservar e respeitar as características originais das vias idealizadas pelos seus conquistadores, o que pode ser comprovado através dos registros, após a conclusão das manutenções. O trabalho de manutenção é realizado de forma voluntária, por escaladores experientes e capacitados, utilizando materiais adquiridos pela AGM, graças à contribuição de seus associados. O equipamento e as manutenções de vias seguem práticas recomendadas por entidades reconhecidas no meio da escalada e do montanhismo, em nível internacional.
Por esses motivos, a AGM vem a público para informar que não permitirá que qualquer pessoa acuse de forma leviana essa entidade, uma vez que o acesso à vias seguras, seja uma das principais maneiras de contribuir com a perpetuação da história e valores do montanhismo gaúcho, iniciadas pelos seus pioneiros, na década de cinquenta.
A AGM permanece sempre à disposição para quaisquer esclarecimentos sobre o fato descrito acima ou sobre demais questões pertinentes ao montanhismo e ao trabalho que vem sendo realizado.
Rafael Caon
Presidente da Associação Gaúcha de Montanhismo – AGM